domingo, 12 de dezembro de 2010

II ENCONTRO DE FILOSOFIA DA MENTE

Realizou-se no período de 08-10 de dezembro na Universidade Federal do Pará, o II Encontro de Filosofia da Mente e Ciências da Cognição, organizado pelo Prof. Dr. Luiz Eduardo Ramos da Faculdade de Filosofia. A sua temática novíssima para nós aqui em Belém do Pará e, nova no âmbito do conhecimento filosófico e neuro-científico proporcionou um novo conhecimento acerca do que se investiga nesta área.

O embate entre a filosofia da Mente e a Ciência é permanente, entre a significância do conceito e as reações fisico-quimicas cerebrais. Uma das questões interessantes e exóticas que se postulou neste Encontro partiu da Profa. Dra. Márcia Regina Viana da Universidade Estadual Norte Fluminense sobre "Neurofisiologia e existencialismo: um diálogo possível?". A questão central discutida deu-se a partir do conceito de Liberdade em Simone de Bovoir. Seria possível uma reação fisico-química que definisse a liberdade para tomadas de posição organicamente? De certo teríamos aqui um reducionismo bio-quimico de uma faculdade singularmente arbitrária. Seria arbitrário ao sujeito decidir sobre seu destino ou seria os componentes fisico-quimicos arbitrários para decidir pelo sujeito? Ou ainda não haveria distinção entre ambos e assim cairíamos num generalismo? Enfim questões postas pela controvérsia das ideias que suscitam dúvidas e calorosos debates, eis a grande riqueza do embate filosófico no diálogo com a ciência.
Além de todos os participantes que trouxeram valiosas contribuições, destaco a Profa. Dra. Eunice Gonzalez da UNESP de Marília, "Redes neurais artificiais: alcance e limites no estudo da cognição situada e incorporada", um estudo acerca da inteligência artificial ou robótica, cuja pretensão seria a capacidade possível de transferência de sentimentos e emoções cibernéticas à máquina, uma vez que é feita pelo homem. Qual a possibilidade que o homem teria de realizar tal transferência? Vejam portanto que a temática é bastante inusitada e ousada.
Mas também tivemos, assuntos mais brandos para quebrar um pouco a sisudez do maquinário fisico-quimico das redes neurais, tipicamente antropomórficas. Desenvolvemos também abordagens antropocêntricas acerca da Mente Primigênia em Giambattista Vico com a participação do Grupo de Pesquisa Viquiano que trouxe grande contribuição na ampliação do debate e das informações delineadas. Realço o confronto estabelecido entre a Scienza Nuova e a Ciência Contemporânea na área da linguagem a partir do arcabouço que compõe a Mente Primigênia na sua constituição e maturação para o conhecimento, tendo a Imaginação como elemento primordial de alcance representacional e desencadeador da formação e ordenação do mundo.
Primou-se desse modo pela diferença nas várias abordagens apresentadas, promovendo os contrastes e controvérsias enquanto alimentadores naturais dos debates e troca de informações ocorridas. Parabéns Prof. Luiz Eduardo. Valeu!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A MENTE E A ORGANIZAÇÃO CIVIL

Levando em consideração o papel fundamental da filologia para a metodologia de investigação histórica proposta por Vico, apresentaremos de modo delimitado a relação entre a emergência  da linguagem e  o desenvolvimento dos aspectos primordiais da jurisdição  no mundo primigênio. Desta  perspectiva  será explicitado o modo através do qual se dá, na mente primigênia, o processo de maturação das faculdades cognitivas  no sentido de promover a ordenação da vida social partindo das relações estabelecidas  entre o mundo natural (no qual o homem se encontra completamente inserido) e o mundo civil. Para tanto, apresentaremos as articulações fundamentais  que se  desenvolvem  a partir da linguagem  e,  conseqüentemente  delimitam  o desenvolvimento da mente e da organização social do mundo primigênio em seu estágio mais rudimentar mediante os elementos constitutivos na era dos deuses, segundo Giambattista Vico.
Philipe Alves

IMAGINAÇÃO E LINGUAGEM

Na presente comunicação partiremos da tese do filósofo napolitano Giambattista Vico, situado entre no século XVIII, de que a faculdade da imaginação é o eixo fundamental do desenvolvimento do conhecimento. O homem primigênio, fundador das nações civis, assim como um infante, possuía a imaginação e os sentidos extremamente aguçados e um entendimento débil. Na primeira idade das nações, idade dos deuses, os homens completamente dominados pelas robustas paixões, das quais brotavam uma imaginação espontaneamente criadora, tinha na percepção sensível a única via para conhecer as coisas através do senso comum, criando-as, porém, de acordo com suas próprias necessidades e utilidades. A Imaginação conjugada ao senso comum e ao engenho enquanto faculdade criadora resulta numa lógica que opera transferindo significados que lhes são familiares ao que é percebido, a metáfora. Apresentaremos nesta comunicação, a partir do aparato filosófico/filológico viquiano outras possibilidades do conhecimento humano, quando este se encontra ainda em uma ligação visceral com a natureza e com os deuses, tendo a metáfora como seu elemento primordial.
Rafael Bordalo

A MENTE HERÓICA E A JURISPRUDÊNCIA

Partindo do conceito fundamental da epistemologia viquiana, o princípio verum et factum convertuntur, pretendemos esclarecer o funcionamento da mente heróica mediante a providência divina, que levou os homens na idade dos heróis a criar o direito heróico e sua respectiva jurisprudência.
Filipe Seixas

MENTE E AÇÃO

Pretendemos mostrar neste trabalho como se torna possível uma ciência do homem, através da filosofia de Giambattista Vico, a história. Sobretudo uma ciência que se desenvolve a partir da mente humana enquanto instância norteadora de suas ações. Este filósofo percebe na mente humana a chave para a compreensão da história universal - e consequetemente da realização do mundo civil - fundamentando-se no conceito de verum factum, em que o homem faz algo para conhecer e, conhece para fazer, demonstraremos como essa história humana é sua intrínseca produção. Para compreendê-la estabeleceremos a relação fundamental entre a mente humana nos seus primórdios e a sua ação.
Palavras chaves: história universal, mundo civil, verum factum, mente humana
Wirlley Quaresma


OS CONCEITOS VIQUIANOS NA FORMAÇÃO DA MENTE PRIMIGÊNIA

                 Vico, na sua obra Scienza Nuova 44, descreve a mente primigênia dos primeiros homens como sendo obscura e limitada no pensamento e raciocínio, robusta de imaginação e, portanto, voltada para os sentidos.
                 Recortaremos nesta comunicação, o papel fundamental da mente primigênia a partir dos conceitos trabalhados por Vico, quais sejam, o senso comum, o engenho, o livre arbítrio e a vontade como elementos ordenadores do mundo civil e demonstraremos o modo pelo qual a mente primigênia plasmou-se na realidade externa propiciando as semelhanças necessárias para constituir as relações civis.

Almir Lima

A MENTE CERTUMIANA

A mente primigênia confere à natureza significados ao incorporar mediante o imaginário, os signos sensíveis, peculiar, diria, a uma consciência senciente, num espaço sem hiato, numa homogeneização visceral entre o homem e a natureza. Esta é a consciência mítica, primordial da fase umbilical e bestiônica, profusa na criação e na originalidade do fazer para conhecer poéticos. De certo, a tradição cartesiana consignada ao positivismo comtiano, suprimiu por incompetência epistêmica, o ímpeto poético, a robusta paixão primigênia, e para superá-lo busca-se um novo modo de pensar, o pensar certumiano, que pensa o diverso na adversidade, na verossimilitude dos juízos.
Prof. Dr. Sergio Nunes

domingo, 19 de setembro de 2010

Encontro de Filosofia da Mente e Ciências da Cognição

Informo a todos os membros do GPV que devem enviar até o dia 25/09 os Resumos para avaliação no endereço do Blog com vistas a inscrição no Encontro de Filosofia da Mente e Ciências da Cognição até ao dia 30/09 no endereço cognitio@ufpa.br. O EFMCC dar-se-á no período de 8-10 de dezembro no Auditório Setorial Básico da UFPa.
Prof. Sergio Nunes

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

GBVico/OG/Sansoni - CAPITULO XII

A superioridade do homem sobre todos os outros animais não consiste numa maior potência corpórea, porque alguns animais o ultrapassam em força; não produz tão pouco um desejo mais veemente, porque aquela forma de desejo, que chamam-se “apetites”, são nos brutos mais prepotentes, assim como nos lobos a ferocidade, nos pássaros a lasciva, a ira nos leões. A superioridade do homem provém da cognição; embora o homem ultrapasse todo animal por causa da razão.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

GPV - Apresentação

Grupo Pioneiro na UFPa, notadamente na Faculdade de Filosofia com abrangência nas demais áreas do conhecimento, ciências humanas e ciências naturais, na promoção, análise e comparação sobre a origem e a epistemologia do conhecimento científico e poético na história, antropologia, sociologia, geografia, letras, educação, direito e ciências da natureza, bem como promotor de uma rede conceitual que permite a análise e as considerações pertinentes ao saber amazônico e demais saberes antropogênicos que lidam com a miticidade e simbologias arquetípicas culturais. Trabalhar a metodologia viquiana requer conhecimentos de filologia e suas ramificações, de teologia, metafísica e filosofia moderna com transcurso em antiga e medieval justificada na estrutura conceitual do pensamento de Giambattista Vico. O GPV desenvolve a pesquisa sobre o curso e o ordenamento da história na constituição e formação do homem, especificamente trata do conhecimento, da jurisdição, da sociedade, da religião e da linguagem naturais e convencionais como base para a compreensão da gênese cognoscente da mente primigênia, por conseguinte do homem e sua cultura.