quinta-feira, 3 de abril de 2014

Próxima reunião do GFT (04/04)

Teremos reunião do GFT nesta sexta (04/04) no Bloco Db, às 17hs, sintam-se todos convidados. Discutiremos ainda o texto do Sérgio, e teremos ainda a exposição "A Modularidade da Mente: uma perspectiva sistêmica" de Bruno Coelho, o resumo pode ser lido abaixo:

A Modularidade da Mente: uma perspectiva sistêmica

Resumo: O debate acerca da modularidade da mente encontra-se num impasse. Jerry Fodor e psicólogos evolutivos como Steven Pinker e John Tooby afirmam que a arquitetura cognitiva é composta por módulos informacionalmente encapsulados, de domínio específico. Enquanto autores como David Buller sustentam que há desafios metodológicos a serem superados, ou seja, as evidências não são conclusivas. Considerando os dois lados, pretendo expor duas versões da teoria modular da mente, uma forte, inaugurada por Fodor na obra The Modularity of Mind, onde o sistema central e periférico são modulares, guiados por inputs, e uma fraca, onde apenas o sistema periférico apresenta esta estrutura modular, mantendo o sistema central passível de modificações. Em seguida, exponho objeções feitas as duas versões. Uma das objeções é feita contra os argumentos adaptacionistas. Pinker afirma que diversas habilidades adquiridas, como reconhecimento facial de aliados e capacidades linguísticas, são adaptações resultantes de problemas enfrentados por nossos ancestrais. Devido boa parte das evidências estarem perdidas, questiona-se a força destes argumentos. Outra objeção é direcionada a teoria representacional. Na obra The Language of Thought, Fodor defende uma teoria representacional do conteúdo mental, onde diversos conceitos são inatos, os quais através de manipulação sintática resultam em uma 'linguagem de pensamento'. Contudo, há indícios para pensar que a cognição possui aspectos anti-representacionais importantes, onde nossa relação com o ambiente é igualmente relevante para percepção e formação de conceitos, isto é, o ambiente próximo e as experiências formadas acerca de noções apreendidas são contextuais. Por fim, defendo uma perspectiva sistêmica acerca da arquitetura cognitiva, que admite os módulos se interligando através de redes de informação. Esta modelagem resultante de estudos em sistemas complexos, oferece diversas vantagens explicativas: estar coerente com dados empíricos mais recentes, não estar baseada somente em argumentos históricos e ainda explicar funcionalidades específicas da cognição humana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário